domingo, 8 de fevereiro de 2009

ESTOU ARREPENDIDA !

Hoje de manhã, ao chegar, materializou-se dentro de mim esta frase, clara, precisa pela primeira vez... Não há nada a fazer, não se pode voltar atrás!
Estou arrependida de me arrepender. O que não quero mesmo é errar. Nunca mais!Porque isto cansa demais, frustra demais e mesmo que pudesse dizer, não diria que é por motivos altruístas que tenho essa atitude - estou cansada de me decepcionar.Estou exausta de ir contra o que eu mesma quero para mim.E não quero mais errar!Não quero mais.
Mania de perfeição, algo que eu não vou alcançar...Não quero mais perder pessoas. Não quero perder quem não tenho.Alguém que me recebeu bem. Alguém que me deu atenção.Não quero mais...E se adiantasse, pediria desculpas. Mas do que elas podem ser úteis? O que foi feito foi, o que foi dito foi, e não volta... Não retrocede, mas dá resultados- bons e maus.E só consigo pensar no que fui má, porque isso me entristece. Porque me arrependo depois de uma forma que não posso suportar.E quero pedir desculpas.Mas não vejo mais porquê.Quando olho aquele rosto, o que foi que fiz, meu Deus?Eu exagerei...Exagerei?Quem é que sabe tudo que estive suportando?Não muita coisa, sim... Não muita.Talvez tenha sido o susto... Como sempre.Um reflexo involuntário.Um deslize.Perdi o alvo... desculpa.
Recomeça…
Se puderes,
E os passos que deres,
Nesse caminho duro do futuro,
Dá-os em liberdade,
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

Miguel Torga, Recomeçar
Há sempre uma enorme probabilidade de não conhecer o caminho.
Há também a hipótese de não saber caminhar.
Se perguntas coisas difícieis fico impaciente.
Se me dás respostas que não quero, esqueço. No confronto entre o que é, o que deve ser, o que tem de ser e o que gostariamos todos que fosse, há peças que não encaixam. Cairam as caixas dos puzzles guardados há anos no armário dos brinquedos. Misturei as peças. Agora nada parece fazer sentido. Aparecem peças escuras quando o azul do céu do puzzle que quero construir é claro e radiante. Penso que pode o puzzle entretanto ter passado para o modo nocturno, mas depois penso: impossível. Os quadros não mudam de cor. Regresso à tese original. Baralhei mesmo os puzzles! Aqueles de duas mil e cinco mil peças! Os mais complexos, pois claro!
Não sei caminhar. Caminho porque sim. Caminho porque me irrita estar parada. Caminho porque sei que algures no meio dos puzzles baralhados, saberei caminhar com um sorriso. Nesse intervalo de tempo, entre o caminho e as peças soltas, ando descalça. Não sei caminhar nem quero aprender.