Qualquer relação, seja de que ordem for, amizade, familiar, amorosa, precisa de "alimento" para sobreviver. Para manter um relacionamento é preciso que haja vontade de parte a parte. Como é costume dizer: "são precisos dois para dançar Tango" ou "quando um não quer dois não fazem". Tentem imaginar um par a dançar Tango na perfeição. Tem de haver entrega, sincronia, capacidade de resposta, mesmo ritmo, "conduzir" e deixar-se "conduzir", empatia, quase não existe distanciamento, só o estritamento necessário. Em certas alturas até parece que os dois corpos se fundem. No entanto existem duas pessoas que formam um par que dança. Tal como numa relação saudável: o Eu o Tu e o Nós. O respeito pela individualidade de cada um e pela relação que une dois seres. O distanciamento entre as pessoas pode provocar rupturas muito grandes. Já todos perdemos amigos, familiares, já tivemos desaires amorosos e sabemos que a distância pode ser uma das grandes causas. Pode, no entanto, ser um distância física ou emocional.Quando começamos a atribuir outro tipo de estatutos a uma pessoa, se passamos a considerá-la uma conhecida em vez de amiga, por exemplo, a pôr em causa sentimentos mais fortes que outrora já nutrimos por essa pessoa, na nossa mente começa a estabelecer-se um ruptura que se propaga até à parte emocional. Por vezes até quando, em poucas ocasiões, colocamos pessoas como inimigos é o suficiente para deitar a perder uma relação. Ligações ou distanciamento são muito fruto do que pensamos e consequentemente vimos a sentir.Já me dei conta que nem sempre a distância física provoca afastamento. Duas pessoas podem viver longe uma da outra mas se estiverem unidas através do pensamento ou de algum sentimento forte, se estiverem em "luta" para um dia estarem juntas, ou alimentarem essa esperança, os laços não se desvanecem.Por vezes também é uma ilusão querermo-nos afastar de alguém, que nos faz mal, mantendo sentimentos de raiva, mágoas, espirito de vingança, porque vamos-nos manter ligados dessa forma à pessoa. Quando existe distanciamento por parte de alguém, é difícil uma reaproximação. Um dos elos de comunicação cortou, deixa de haver ligação. Quando alguém que nos é querido morre, por exemplo, a dor é muito grande sem dúvida, mas acaba por desvanecer-se com o tempo e a distância. Quando alguém deixou de nos amar, também é uma situação muito dolorosa, mas não adianta "remar contra a maré". Há que "deixar ir" sem mágoas para que o "corte" não se prolongue e nos magoe por muito tempo. Não existem, a meu ver, relações unilaterais. Essas só nos podem causar desalento, dor, e até conduzir-nos a estados de baixa auto-estima, auto-confiança. Há que "cortar" o que é para "cortar" e "alimentar" o que é para "alimentar", analisando um pouco o porquê das situações. Não nos cruzamos com as pessoas acidentalmente na vida. Elas são muito o reflexo da nossa maneira de ser. Muitas são "usadas" para aprendizagens nossas, outras podemos "usá-las" inconscientemente para nos punirmos, para enganarmos a nossa solidão, o nosso ego ... Todas as relações têm o seu tempo nas nossas vidas: enquanto temos algo para ensinar e algo para aprender. No entanto também sinto que existem relações para toda a vida.... serão as chamadas almas gémeas? Por vezes até são relações bem dificeis e tortuosas, mas que permanecem e muito aprendemos com elas.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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