sábado, 3 de outubro de 2009

Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade





2 comentários:

  1. Mais que belo, este poema é um épico... parabéns!

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  2. Anónimo6.10.09

    Linda Voz,
    Lindo Fado,
    Lindo Som...
    Eu que já detestei o fado e que agora o compreendo e amo, porque sei escutar e sei apreciar um bom poema!
    MFCC

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