domingo, 30 de maio de 2010

Olhar pela janela e ver chuva e nuvens negras já se tornou algo normal.
Sentir que se está andando em círculos. Como que presa num labirinto escuro e silencioso. O vazio existente chega a queimar de tão fundo que se encontra. Às vezes tudo parece um sonho estranho que no próximo passo vai simplesmente desaparecer. Os sons não são mais os mesmos, nem os gostos ou os cheiros. A percepção das coisas simplesmente foi alterada. Quem me dera esquecer um monte de más lembranças. E junto com elas os tais maus sentimentos. Quem dera respirar sem dificuldade, não se sentir encurralada, nem fraca ou tola.
Olho para os livros na estante e eles parecem interrogar-me,implorar a minha atenção, querer que eu lhes dê atenção. A televisão cansa, os vizinhos cansam, a tentativa inesgotável de ser grata e feliz  cansa-me. Na maior parte do tempo quase nada faz sentido, tento imaginar um oceano, com seu silêncio e sua profundidade para quem sabe esquecer do que faz doer.
A solidão me envolve de uma forma sufocante, e sem saber como ou porquê, vejo -me chorando em um canto escuro do quarto.