sábado, 18 de abril de 2009

Procuro-te ...

Procuro-te
No lugar vazio de um sítio estranho
No lugar negro em que te perdi
Na penumbra sombria do dia



Procuro-te
Acordada no vazio dos meus sonhos
Acordada em ti que me fugiste
Acordada na esperança pesarosa de te ter


Procuro-te
Vaga suavemente nos trilhos escuros
Rodopio só nos recantos fundos, de mim
E não te encontro...

Pedaços de Mim ...

Gosto imenso de escrever, sempre gostei, desde pequena, quando agarrava nos livros e nas canetas do meu irmão, que como é óbvio ficava irritadissimo comigo, escrevia "macacadas " ilegíveis e enormes nas páginas que apanhava pela frente. Para quem não me conhece e agora me visita neste cantinho, mas que partilha este mesmo gosto, seja em poemas, letras de músicas, sátiras ou blogs sobre aquilo que os preenche, vou tentar ser sempre o mais honesta e sincera naquilo que deixar aqui para que leiam - sejam poemas, prosas ou simples desabafos, vindos do nada, coisas minhas que se tornam nossas, de todos os que as lêem e se dão ao trabalho de as comentar positiva ou negativamente, seja de uma forma ou de outra, houve uma reflexão, um impacto...
É impossível escondermo-nos de nós mesmos toda a vida, é impossível fingir que não se sente, mesmo quando não queríamos sentir - eu não queria, porque não queria que doesse, que magoasse, mas não há nada a fazer, afinal a vida faz-se de pequenos momentos, bons ou maus, intensos ou leves, mas de momentos que nos tornam quem somos...

Fecham-se Portas.. Abrem-se Janelas..

Quantas vezes nos sentimos cheios de raiva dentro de nós, que não nos sentimos capazes de ouvir o outro, de ouvir o seu pedido de desculpa, as suas justificações? Quantas vezes nos sentimos como se o mundo estivesse a desabar em cima de nós? Quantas vezes choramos perdidamente, mesmo sem razão aparente, simplesmente porque a raiva dentro de nós, não nos deixa ver as coisas boas da vida?
E quantas vezes nos sentimos desesperados porque alguém não ouve as nossas sinceras desculpas?
E quantas vezes choramos de desespero porque alguém não as aceitou?
E quantas vezes entramos em ebulição permanente, na expectativa do perdão ou da perda?
Todos já passámos pelos dois lados da questão. Todos já tivemos de desculpar, ou decidir não fazê-lo, ou então pedir desculpa, demonstrar arrependimento. Todos já sofremos desilusões, em que as desculpas de nada servem, em que as desculpas não apaziguam a dor.
Somos humanos e como humanos que somos, temos a capacidade de desculpar.
Desculpar a namorada porque chegou vinte minutos atrasada.
Desculpar o colega de trabalho que se esqueceu completamente da pasta com uns documentos urgentes e mais que necessários para hoje.
Desculpar alguém que nos empurra na rua, sem querer.
DESCULPAR...
Depois, assola-nos a dúvida: desculpar? Desculpar quando o namorado nos trai, mas mesmo assim tem a dignidade de nos contar e pedir desculpa?
Desculpar quando o marido nos levanta a mão, no meio de uma discussão, por causa do que ver na TV, se a novela, se o Benfica?
Desculpar o amigo que traiu a nossa confiança, que divulgou um segredo?
Desculpar uma humilhação sofrida por alguém muito querido?
Desculpar quando nos sentimos enganados e ultrajados?
DESCULPAR?
Todos já pedimos desculpa. Pedimos desculpa por telefonar tão tarde.
Por chegar atrasados.
Por nos termos esquecido do trabalho de grupo em casa da Ana. Por nos termos esquecido do aniversário de um amigo.
Por pisarmos alguém.
Por riscarmos o CD favorito do nosso melhor amigo.
Pedimos desculpa…
Contudo, casos há em que tememos pedir desculpa, tememos ouvir um:NÃO DESCULPO, talvez mais que merecido…
Pedir desculpa à mãe porque nos esquecemos do dia do aniversário dela e preferimos ir beber umas cervejas com os amigos, a uma tasca qualquer?
Pedir desculpa ao namorado, quando a relação chegou ao limite, quando achamos que não dá mais, que não conseguimos continuar, mesmo sabendo que ele não vai entender? Pedir desculpa à amiga que nos apanhou aos beijos com o namorado, mesmo dizendo Estávamos bêbados, à tua espera, não significou nada, tu és muito mais importante, rapazes há muitos?
Pedir desculpa ao marido por ter guardado um segredo durante anos a fio?
Pedir desculpa por, num momento de loucura, conduzirmos sem limites, nem consciência e atropelarmos uma jovem que ia a passar e não tinha nada a ver com a nossa alegria? Pedir desculpa?
Aprendi com a escola da vida, que não se deve pedir muitas vezes desculpa, principalmente à mesma pessoa, pois esta pode não compreender e julgar que pedes desculpa porque és inseguro e estás sempre a errar.
Aprendi também que desculpar não se limita ao acto de dizer Sim, eu desculpo-te ou Não, eu não te desculpo, afinal quem somos nós para julgar o outro?
Temos de saber conviver com os defeitos daqueles que amamos, tal como eles aprendem a conviver com os nossos e a gostar de nós, mesmo assim. Temos de saber desculpar para podermos crescer e aprender… Não se aprende só com os nossos erros, também se aprende com os erros dos outros. Claro que estes nos passam claramente despercebidos, só muito raramente nos debruçamos sobre eles, mas se os ouvíssemos, aprenderíamos muito mais e erraríamos muito menos…



Não sei se desculpei sempre que devia. E não sei também se pedi desculpa nas horas certas, às pessoas certas. Sei que já fiz ambos, nem sempre no intuito de crescer, mas de esquecer. Desculpei uma mensagem fora de horas e fora do contexto, que desorientou a minha vida por completo. Não desculpei no imediato, estava demasiado magoada para fazê-lo. Nem me lembro já o que dizia, só sei que era seca, fria, contrário do que fora a nossa relação. Dizias simplesmente, sem floreados, Está tudo acabado, como se uma relação pudesse acabar assim, sem um simples porquê, de explicação. Mas acabou. E eu vi o meu mundo ruir. Hoje agradeço-te, na altura não sabia… Não te agradeço a mensagem, haveria outras formas, se fosses homem com H maiúsculo, mas agradeço o teres terminado com algo que foi bonito, mas que não duraria muito mais, porque eu sou como um pássaro, gosto de voar, sem destino algum, parando aqui e ali e partindo sem olhar para trás. Agradeço-te a forma como me tornaste mulher, ajudando-me a crescer, não enquanto namorávamos, mas depois, quando terminaste e me ensinaste, mesmo sem querer, que a vida fecha portas, mas abre janelas e eu sei isso hoje, se o soubesse na altura, não teria reagido tão mal, mas a vida é assim, fecha portas para abrir janelas, e se tu não tivesses ajudado a vida a fechar a porta, eu não teria conseguido ver as janelas. Desculpei não a tua atitude, nem a tua voz Sei que errei, não devia ter feito nada daquilo, Cometi o erro de dizer sim, sem sentir, simplesmente para esquecer. Mas acabei por te desculpar, mais tarde, quando percebi que te amara, mas passara, que me magoaras mas que suportara, que me fizeras crescer e só te podia agradecer. Não sei se estás feliz agora. Eu estou. Aprendi a desculpar, talvez à custa do sofrimento, mas muitas das melhores coisas da vida, são aprendidas assim...
Fecham-se portas, abrem-se janelas, mas não podemos deixar que as janelas se fechem também. Tenta desculpar, se te fizer sentir melhor, ou dizer Não, se é o que realmente desejas; tenta pedir desculpa, pelos motivos certos, nas horas certas, sem segundas intenções… e não esqueças nunca que, fecham-se portas, mas abrem-se janelas…